terça-feira, 31 de julho de 2012

Paralisia




        O vento soprando suavemente lá fora, acariciando de forma doce e sutil a cortina, a calmaria leva a escutar sons vindos de dentro do próprio corpo, do coração. Já não bastassem suas batidas rítmicas e vitais, ouvia se outros sons no coração, sons de desabafos, agonia, choro... Sons de paralisia.
        O Corpo imóvel já não sentia, mas o vento acariciar seus cabelos, os olhos sim viam, há e como viam, olhavam para a cortina e via como ela parecia livre e feliz ali chacoalhando sob os afagos do vento, os olhos viam ha passos cansados e lentos os passos leves e rápidos de quem por ali passava, os olhos choravam diante de um sentimento de invalides de paralisia.
        A boca chorava e já não mais falava às vozes que vinham de dentro prontas pra saírem e ganharem vida morriam sufocadas na boca fechada, a cabeça se fechava, se paralisava, paralisia!
Caminhar a pés descalços
Sobre pedras e cacos
Caminhar de pés calçados
Sobre pedras e asfalto

Caminhar a pés parados
Entre rodas e ratos
Caminhar a pés paralisados
Entre rodas e obstáculos
Movimentos condicionados
Olhar dilacerado
Coração agoniado
Corpo paralisado
Paralisia!