sexta-feira, 27 de abril de 2012

FUTURO



Estou morrendo dia após dia, não me assusto mais com esse fato ingrato da própria vida.
Por não saber o dia da minha morte, vivo morrendo um dia de cada vez, transformando a vida em uma doença sem cura e em fase terminal.
Gozo a cada dia que morre da vida que é levada com as horas que passam rapidamente por meus poros, matando minhas células lentamente.
Certo de que, a felicidade não se da através das coisas permanentes e sim do que se vai, atribuo aos pequenos atos e gestos de afeto que morrem juntamente comigo, a causa da felicidade que sinto dia após dia.
Ao olhar a morte como uma doce amiga, percebo que se realmente quero ser feliz, tenho que recebe – lá em minha vida e considerá-la como ponto de equilíbrio entre o que amo e a quem amo. A solidão nos mata ainda que vivos.
Não sinto saudades das coisas que já passei junto a alguém, são meras lembranças que completam nossa historia, e nos fazem lembrar que um dia já fomos mais vivos.
Sinto saudades e sempre sentirei, do que ainda não fiz e de quem ainda não amei, e que por todo tempo de vida nunca farei e muito menos amarei. Simplesmente, porque durante a vida eu há de me preocupar, mas com a morte que me vem, mas ainda não chegou, que com a vida de que vai a cada dia.
Passar pela vida sem olhar para as pequenas coisas, e considerá-las como grandes, é chegar até a morte sem ser percebido por ela.
   

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