terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O Caipira e a sorte


Me alembro daquele tempo doutô 
In qui nem nacidu era o sinhô
I eu cum muita bravura
Cuidava da minha lavora
Sutentava meus fios 
E netos
Em um lugá abençuado
Ganhava meu dinhero suado
Eu mais a muié
Era igual mé
Num brigava
Nem chorava
Muié bataiadora
Trabaiava tamém na lavora
Mais cuzinhava que era uma beleza
Conheci na beira duma represa
Sabe,
Por ela tinha muito amô
E um grande clamô
A muié era forte 
Mas fartava sorte.
Que sardade da minha amada
Parecia um conto de fada
Mas um dia acabô
Só a dor que ficô
O sinhô não sabia
Mas naquela noite era um frio que fazia
Ela parecia aguniada
Na cama carecia deitada
Tinha um olhar vaziu
Coisa que o matuto nunca viu
Pra ela fiz um chá
E comecei a subiá
Não sabia o que faze
Tinha medo dela morre
Pedi pra nossa senhora
Mais já tava encima da hora
Aquela muié forte
Não teve sorte
Aquele dia veio à morte
Naquele dia meu coração ficô em pedaço
E meu corpo um bagaço
Não sabia o que fazia
Pra para de chora eu ria
Forçado
Meu maió amor tinha partido
E com ela levado
Meu exempro de gente
E meus dia contente.

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